Aprenda a equilibrar custos, valor percebido e competitividade no mercado
Um dos maiores desafios para quem gerencia um hotel pet é precificar corretamente suas diárias. Cobrar muito pouco pode comprometer a saúde financeira do negócio. Cobrar demais pode afastar tutores, mesmo quando o serviço é excelente.
Felizmente, porém, existe um caminho do meio.
Com atenção aos seus custos, ao posicionamento do seu negócio e às expectativas dos clientes, é possível encontrar um valor que seja justo para o tutor, rentável para a empresa e sustentável no longo prazo.
Vamos te mostrar o que considerar na hora de definir ou revisar o preço da diária no seu hotel pet – com um passo a passo prático, sem fórmulas complicadas e com exemplos aplicáveis à realidade de quem vive esse mercado todos os dias.
Boa leitura!
📌 1. Entenda seus custos fixos e variáveis
Antes de pensar em lucro, você precisa saber quanto custa manter o hotel funcionando. Aqui, é importante separar dois tipos de custos:
✅ Custos fixos
São os que você paga todos os meses, independentemente da quantidade de hóspedes:
- Aluguel
- Salários da equipe
- Energia, água e internet
- Sistema de gestão
- Despesas administrativas
- Taxas e tributos
✅ Custos variáveis
Dependem do número de pets hospedados e podem variar mês a mês:
- Alimentação
- Produtos de higiene (tapetes, papel, desinfetante…)
- Tempo adicional de equipe
- Mimos personalizados (brindes, fotos, atualizações etc.)
Dica: faça uma média desses valores com base nos últimos 3 a 6 meses para entender o custo médio de manter um pet hospedado por dia.
📊 2. Calcule o custo por hóspede
Agora que você tem os custos organizados, é hora de dividir os custos fixos pela capacidade média de hospedagem por mês. Isso te ajuda a entender quanto custa manter cada vaga ocupada por dia.
Exemplo básico:
- Custos fixos: R$ 10.000/mês
- Capacidade: 10 pets por dia
- Média de ocupação: 20 dias com 70% de ocupação
→ Aproximadamente R$ 71,40 por pet/dia só para cobrir custos fixos.
Adicione aqui os custos variáveis médios por hóspede (ex: R$ 15 por dia).
Custo total por diária = R$ 86,40.
💸 3. Defina a margem de lucro ideal
Depois de entender o custo, você pode aplicar uma margem de lucro sobre a diária.
📌 Para hospedagens, a margem costuma ficar entre 30% e 70%, dependendo do posicionamento do hotel.
- Um hotel pet mais simples e com alta rotatividade pode trabalhar com margens menores, compensando no volume.
- Já hotéis com atendimento mais exclusivo e estrutura diferenciada podem (e devem) aplicar margens maiores.
Exemplo:
Se o seu custo médio é R$ 86 e você quer uma margem de 50%, o preço da diária deve ser R$ 129.
🔍 4. Observe o mercado (mas com cautela)
Sim, é importante saber quanto os concorrentes cobram. Mas essa comparação só é válida se o serviço oferecido for realmente equivalente.
Considere fatores como:
- Estrutura física do hotel (tamanho, conforto, segurança)
- Quantidade de pets por ambiente
- Monitoramento por câmeras
- Atualizações para tutores
- Atividades recreativas, passeios, alimentação inclusa, etc.
- Equipe presente e qualificada
Não caia na armadilha de tentar competir apenas por preço. Um hotel que entrega mais valor deve cobrar um preço compatível.

🐶 5. Inclua diferenciais e valores percebidos
O preço não é definido apenas pelo custo: ele também reflete o valor percebido pelo cliente. E isso tem tudo a ver com o jeito como você apresenta seu serviço.
Entre os muitos itens que aumentam o valor percebido, podemos listar:
- Atualizações diárias com fotos ou vídeos
- Relatório de comportamento do pet na volta
- Aromaterapia, enriquecimento ambiental, interação guiada
- Parcerias com pet shops ou clínicas para serviços integrados
- Acolhimento individualizado para pets idosos ou ansiosos
Quanto mais clara for a entrega desses diferenciais, mais seguro o tutor se sentirá ao pagar por eles.
📈 6. Avalie a resposta do mercado (e ajuste quando necessário)
Definiu o preço? Ótimo, mas o trabalho não termina aí, porque preço não é algo fixo e imutável. Ele precisa ser acompanhado e ajustado com base em:
- Ocupação média mês a mês
- Reação dos tutores (estão comparando? negociando? saindo?)
- Feedbacks espontâneos sobre custo-benefício
- Mudanças no seu custo de operação
- Novos serviços ou diferenciais inseridos
Você pode fazer pequenos reajustes anuais ou sazonais, sempre com comunicação clara e empática com os tutores.
Cobrar um valor justo e sustentável não é sobre ser “barato” ou “caro”, mas sim sobre entender os custos, o mercado e, acima de tudo, a qualidade da experiência que seu hotel oferece.
Com um bom planejamento e controle das informações (o que fica muito mais fácil de executar com a ajuda de um sistema de gestão integrado) você ganha clareza para tomar decisões mais seguras, equilibrar as contas e fazer seu hotel crescer com saúde – financeira e emocional.
✅ [Extra] Checklist: você está cobrando o preço ideal pela diária no seu hotel pet?
Use esta lista para revisar (ou construir) sua estratégia de precificação com mais segurança:
💰 Custos bem calculados
- Listei todos os meus custos fixos (aluguel, salários, energia, sistema, etc.)
- Estimei meus custos variáveis por hóspede (ração, produtos, equipe, etc.)
- Calculei o custo médio por diária com base na minha ocupação real
📈 Margem de lucro consciente
- Apliquei uma margem de lucro que cubra imprevistos e gere crescimento
- Revisei se essa margem é compatível com meu modelo de atendimento (mais simples ou mais premium)
🕵️ Comparação de mercado com critério
- Analisei o preço da concorrência com base em serviços similares ao meu
- Evitei me posicionar apenas pelo preço — destaquei também meus diferenciais
🎯 Valor percebido pelo cliente
- Me comunico bem sobre os benefícios e diferenciais da minha hospedagem
- Incluí no preço aquilo que agrega valor real: conforto, transparência, segurança, etc.
🔁 Monitoramento e ajustes
- Acompanho minha ocupação mensal e o retorno das promoções
- Ajusto os preços quando há mudança de custo, estrutura ou posicionamento
Comunico reajustes com clareza e empatia









